Por um milhão de anos nós observamos o céu, e nos encolhemos de medo. Mas de alguma forma você ainda se encontra quieto torcendo/ansiando pela tempestade. Como se uma parte de você estivesse cansada de esperar, imaginando quando o mundo vai desmoronar. Pelo destino, pela fé, pela vontade dos deuses, quase lhes desafiando a realizar seu desejo.
Mas na realidade, você pode desejar o quanto quiser, porque a vida é um jogo de azar. E cada passar de dia é mais uma virada da moeda. Você não pode evitar de pressupor esta vida como algo garantido. Seus olhos se ajustam às cores das paredes e seus ouvidos ignoram os falatórios ao fundo, como se seu corpo estivesse tentando filtrar o mundo como você conhece. E enquanto seu cérebro fica dormente tentando sacudir sua complacênciaseu coração não consegue se acalmar, e seu interior está faminto pelo caos–morrendo de vontade de perseguir tempestadese correr precipitadamente em direção ao fogo. Para observar o colapso da sociedade e descobrir o que realmente importa, e observar todo o resto desaparecer.
O apocalipse é uma das fantasias mais antigas que temos, mas não se trata de pular logo para o fim da história. É sobre o ansiar pela revelação, o revelar daquilo que nós já sabemos, mas que não conseguimos ver: que nada disto está garantido, e não há tal coisa como “uma vida ordinária”. Que nossa civilização é apenas um acordo que pode ser revogado a qualquer momento. e por baixo de nossas regras e discórdias nós estamos juntos num vasto planeta onde qualquer coisa pode acontecer, nos deixando nenhuma outra escolha a não ser sobreviver, construir um abrigo e encontrarmos uns aos outros na tempestade.
Fazendo que o simples fato de sobrevivermos até o fim do diaparecer o milagre que de fato é, uma série de acidentes num efeito cascataque simplesmente caíram em seu caminho. Mas logo a tempestade vai passar, e o mundo seguirá girando, e nós continuaremos nossas vidas bem do ponto onde as deixamos, não mais apressados do que antes. Afinal, é apenas a vida, não é o fim do mundo.