Há um velho ditado: “O passado é um país estrangeiro: as coisas são feitas de modo diferente lá.”
Olhando as fotos antigas é difícil não sentir um certo desejo de viajar —a dor da nostalgia, por tempos que você nunca presenciou. O sentar na beira da calçada e observar os nativos passarem. Quem viveu e morreu antes de qualquer de um de nós chegar aqui, quem dormiu nas mesmas casas que nós, quem olhou para mesma lua, quem respirou o mesmo ar, o mesmo sangue nas veias, e viveu num mundo completamente diferente.
É um mundo ainda coberto de poeira da fronteira. Um mundo de adultos, dos quais a vida foi martelada a mão. Um mundo de alpendres, de fogos para se acender ao anoitecer, de conversas em cima de cercas. Você observa enquanto eles continuam vivendo suas vidas, que pareciam tão importantes. Mesmo se suas histórias já foram contadas, mesmo se nenhum dos riscos aconteceu de outra maneira além da maneira que aconteceu. Mas eles continuaram mesmo assim.
O passado é um país estrangeiro, e nós somos apenas turistas. Nós não podemos esperar que entendamos os nativos, ou porque eles fazem o que fazem. Nós apenas podemos pedir a eles para parar por segundo, para que nós possamos tirar uma foto para levar para casa conosco. Para que nós possamos sentar num mundo preto e branco por alguns minutos, com claras fronteiras que nos protegem da pressa do tempo, como uma piscina de maré, bem fora do alcance das ondas, que deixa você permanecer no momento— tão claro e parado que você consegue ver seu próprio reflexo.