Você é único. E existem outros sete bilhões, tão únicos quanto você. Cada um de nós é diferente, com um novo ângulo de ver o mundo. Mas e se as nossas vidas, que estamos ocupados moldando a mão, acabassem iguais a todas as outras? Facilmente substituídas por milhares de outras idênticas? Então todos nós nos espalhamos, procurando por fragmentos de nossos limites, tentando capturar algo especial, algo pessoal. Como se nós estivessemos com medo de acabar retratando nós mesmos, presos sobre quem realmente somos, tão facilmente confundido por alguém comum, assim como todo mundo.
Deveria ser confortável o fato de que não somos tão diferentes, que as nossas perspectivas se alinham tão bem, que estas mesmas imagens continuam aparecendo, de novo e de novo… Está tudo bem se nós contarmos as mesmas piadas que todos nós já ouvimos antes, está tudo bem se nós continuarmos refazendo os mesmos filmes, está tudo bem se nós continuarmos falando as mesmas frases uns para os outros, como se elas nunca tivessem sido ditas antes.
“O poderoso espetáculo continua, e você contribuirá com um verso.” E você e eu e outras sete bilhões de pessoas deixaremos nossas marcas neste mundo que herdamos. Mas se, no final, nós nos encontrarmos com nada para dizer, nada novo para adicionar, comodamente traçando contornos deixados por outros muitos anos atrás, será como se nós nem sequer estivéssemos aqui. Isto também já foi dito muitas vezes antes. O poderoso espetáculo continua. E quando chegar a sua vez, diga a sua linha/fala/verso.