É estranho quão forte é o instinto de ver algo incrível e procurar por uma câmera.
Como se para dar alguma credibilidade, para provar que aquilo é real, que ‘”EU ESTIVE AQUI.’
Vivemos nossas vidas em momentos. Naquelas raras experiências que paramos para notar e levar conosco, na esperança de amarrá-las todas juntas, tentando contar uma história.
Mas mesmo naquela hora, você pode sentir [o momento] se perdendo.
Então, você tenta capturá-lo e convertê-lo em algo que durará mais do que apenas um flash. E com o tempo, uma foto parece mais real do que o que foi fotografado. Ela permite que você construa uma versão do mundo que você pode carregar com você. Um mundo achatado e simples. Um mundo que não muda, que cabe em um frame [uma imagem].
Um pouco mais brilhante e colorido. Com tudo sob controle. Você pode viajar o mundo procurando por memórias, e ainda se flagrar segurando uma câmera esperando o mundo ficar parado. A cada clique do obturador, você está tentando apertar o ‘pause’ em sua vida. Assim você poderia se sentir um pouco mais confortável em seguir em frente vivendo em mundo preso no ‘play’.
Uma parte de você sabe que você não pode levar [os momentos] com você mas isso não te impede de tentar. “E se eu pudesse ficar um pouco mais?” “E se não precisássemos partir?”
Nós tentamos captar momentos como – como se tivéssemos medo de que eles escapem, mas eles sempre escapam, eventualmente.
Olhe mais uma vez.
Mais uma foto.
Pra que daqui a alguns anos você possa voltar, e tentar reviver tudo outra vez.
Mas talvez, ainda assim, você estará pensando consigo:
“Ah… Acho que você precisava estar lá.”