Você diz ao mundo quem você é em 1 milhão de maneiras diferentes. Algumas são sutis, algumas não. Mas não parece importar: este mundo já te rotulou. Quando você nasceu eles te colocaram numa caixinha, e puseram uma etiqueta nela. Para que eles pudessem manter as coisas organizadas, e não precisassem pensar no que havia dentro.
Ao longo do tempo você aprendeu a se sentir a vontade, embalando sua identidade em diferentes combinações até você sentir que finalmente pertencia a aquele lugar e que poderia orgulhosamente usar seus rótulos. Mas há uma parte de você que nunca achou um lar, vagando por entre categorias que nunca realmente representaram quem você é. Você olha para as outras pessoas ao seu redor, tentando julgar quão frouxamente elas se encaixam em suas próprias vidas, sentindo um nó de confusão escondido por trás de um crachá. E você percebe que ainda somos apenas estranhos, que presumem que já sabem o que o outro dirá, como se a única coisa que restasse para dizer é quem pertence a qual categoria, e quais rótulos são ofensivos.
Você precisa imaginar se estas caixas estão caindo aos pedaços. Se deveríamos estar escrevendo nossas identidades a mão, e falando apenas por nós mesmos, com nossas próprias palavras. Para que pudéssemos tentar a sorte e conhecer uns aos outros do jeito que somos, perguntando: “como é ser você?” – e sermos corajosos o suficiente pra admitir que nós já não sabemos a resposta. Talvez isto signifique que nos finalmente chegamos, apenas desembalando as caixas, ficando a vontade. Talvez um dia nos olharemos de volta e imaginemos: Como vivemos na mesma casa por tanto tempo, e nunca paramos para nos apresentarmos?