A Vida Começa do Outro Lado do Desespero
Muita da filosofia ao longo dos séculos tem sido sobre algo como a Condição Humana, ou seja, as lutas particulares que vêm com o fato de ser humano. Por sua própria natureza, este é um conceito bastante complicado de definir. O que faz algumas pessoas passarem por crises existenciais e outras não? Por que, quando estamos confortáveis, cuidados e alojados, ainda assim conseguimos estar insatisfeitos? Por que continuamente negamos nossa própria agência, responsabilidade e, mais importante, como lidamos com isso?
Bem, no meio do século 20, o filósofo francês Jean-Paul Sartre escreveu algumas das análises mais abrangentes sobre esse tópico até hoje, tanto em seu enorme O Ser e o Nada, quanto em sua série de palestras Existencialismo é um Humanismo. Aqui, ele fornece seus pensamentos sobre aquela infelicidade peculiar que pode nos dominar quando menos esperamos, assim como suas melhores sugestões para uma solução. Prepare-se para aprender sobre a pressão esmagadora de ser livre, como você pode ser inautenticamente autêntico e o que significa existir em má-fé.
Liberdade, Angústia e Vertigem
Uma das citações mais famosas de Sartre é que somos condenados a ser livres, e de certa forma, poderíamos encerrar o vídeo por aqui, já que essa é uma boa síntese em três palavras de toda a análise dele. No entanto, o que ele realmente quer dizer com essa frase é um pouco mais esotérico, e se conecta com várias outras ideias sobre o nada, a sensação de falta e o vazio existencial.
Sartre caracteriza toda a condição humana como sendo impregnada por esse nada. Quando lemos isso pela primeira vez, a ideia parece extremamente misteriosa, mas talvez seja melhor pensar nisso como algo semelhante a incompletude. Sartre aponta que os objetos inanimados, de certa forma, são completos. Ou seja, eles não precisam de nada mais além de sua existência; eles simplesmente são. Não têm um senso de progresso, desejo ou diferença sentida. São inconscientes. No entanto, nós, seres humanos, somos bem diferentes. Somos o que Sartre chama de ser para si.
Esse é um termo técnico essencialmente significa que podemos refletir não apenas sobre o que é, mas também sobre o que poderia ser, o que não é, o que deveria ser. Em resumo, somos seres conscientes, reflexivos e intencionais.
A Angústia Existencial: O Conflito Entre Liberdade e Responsabilidade
Para Sartre, isso implica que podemos tomar decisões; podemos nos distanciar temporariamente da sequência simples dos acontecimentos e nos perguntar o que poderíamos fazer como agentes. Esse abismo entre a imaginação do que poderia ser e a realidade do que é, é grande parte do que ele chama de nada. Sartre usa o conceito de angústia de Kierkegaard para expandir esse ponto na sua filosofia. Kierkegaard distingue entre medo e angústia, dizendo que, enquanto o primeiro se relaciona a ameaças externas, a angústia diz respeito ao que podemos fazer por nós mesmos.
É a ansiedade causada pela vertigem da liberdade. Em muitos aspectos, isso é muito similar à ideia de Sartre de que estamos condenados a ser livres, já que ambos se originam da percepção de que, internamente, nada nos impede de fazer qualquer escolha, por mais autodestrutiva ou horrível que seja.
Sartre usa a imagem de caminhar ao longo de uma borda. Frequentemente, experimentamos duas emoções simultâneas: o medo, que vem da possibilidade de cair devido a algum fator externo — como tropeçar em uma pedra. A solução para esse medo seria ganhar mais controle sobre a situação, por exemplo, sendo mais cuidadoso ao caminhar. Porém, a angústia que podemos sentir é um pouco diferente. Ela vem da percepção de que podemos nos jogar da borda, se assim quisermos.
Assim que esse pensamento entra na nossa cabeça, começamos a criar razões e tentações sobre por que poderíamos querer isso. Essa é a sensação perturbadora de que somos livres, e com isso vêm uma série de outras questões, incluindo uma responsabilidade radical sobre nossas ações e uma auto-reflexão desagradável sobre todas as escolhas que fizemos antes, que pareciam automáticas, mas eram totalmente desimpedidas.
Angústia sobre o Passado: A Flimsy Natureza das Nossas Promessas
Para Sartre, há também a angústia em relação ao passado. Isso não se refere ao arrependimento, mas à percepção de como todas as nossas promessas — sejam feitas no passado ou no presente — podem ser vazias. Ele usa o exemplo do vício em jogos de azar para ilustrar isso. Cada vez que ele se comprometia a não jogar mais, mas quando se deparava com a roleta, ele se via completamente consciente de que não havia nada o impedindo de quebrar esse compromisso. As promessas feitas, essas resoluções, eram apenas palavras vazias, a menos que ele as seguisse ativamente.
Essa angústia retroativa é o conhecimento de que, não importa o que prometamos agora ou no passado, sempre temos a liberdade de romper esses compromissos no futuro. Não há nada nos forçando a manter esses compromissos. Esse é o fato aterrador de que nunca estamos realmente feitos. Nunca podemos realmente dizer “agora, esse é meu princípio” porque, a qualquer momento, somos livres para quebrá-lo.
O Medo Existencial e a Falta de Propósito Divino
Esse conceito de liberdade radical e a angústia que ela gera está intimamente ligado à ideia de Sartre sobre a morte de Deus. Parte da razão pela qual ele acha que somos tão livres é porque, sem uma autoridade divina, não há nada impedindo-nos de reconhecer nossa plena responsabilidade por nós mesmos e por nossas ações. Se houvesse um Deus ou uma ordem metafísica pré-definida, então teríamos um lugar pré-determinado e algo a quem alinhar nossas vontades. Mas sem isso, estamos lançados no mundo, totalmente livres, mas também sem um guia claro sobre como viver uma vida boa.
Para Sartre, isso é uma pressão imensa. Porque, sem uma autoridade superior, não temos um propósito dado, e é nossa responsabilidade criar esse propósito. Ao contrário de alguns outros pensadores religiosos, como Schopenhauer, que viam a fé religiosa como um remédio para a angústia existencial, Sartre rejeita qualquer tipo de valor ou sentido externo dado a nós. Em vez disso, ele defende que somos livres para criar nossos próprios valores e determinar nosso próprio significado — mas isso nos coloca diante de uma enorme responsabilidade.
Liberdade Radical: O Desconforto de Ser Livre
Sartre argumenta que é quando estamos mais confortáveis que a verdadeira liberdade e o desconforto existencial podem nos atingir. Quando estamos imersos em uma atividade ou lutando pela sobrevivência, ele sugere, nós perdemos uma certa autoconsciência reflexiva. Conseguimos escapar temporariamente dessa liberdade esmagadora através do comprometimento. Mas, uma vez que estamos seguros, começamos a enfrentar a verdadeira angústia de nossa liberdade radical.
Este é o paradoxo humano: lutamos por sobrevivência, por segurança e, eventualmente, por conforto. Quando conseguimos isso, nos deparamos com uma nova série de problemas humanos. Mas se essa consciência de nossa liberdade é tão difícil de lidar, como as pessoas reagem a isso? Por que não estamos todos correndo por aí em um estado constante de angústia existencial?
Sartre acredita que alguns de nós de fato vivem em angústia existencial. Mas ele também acha que muitos de nós engajamos em uma série de mecanismos de defesa contra esse desconforto reflexivo. O principal desses mecanismos é a má-fé.
Má-fé: A Fuga de Nossa Liberdade
Já sentiu o desejo de fugir de ser você mesmo, de não ser uma pessoa com toda essa liberdade esmagadora e responsabilidade, e sim algo mais fixo, algo como um objeto, ou talvez até um cachorro — algo que não precise refletir sobre si mesmo, que não precise tomar decisões constantemente?
Sartre observa que muitas das crises existenciais que enfrentamos ocorrem quando estamos passando por transições de papéis, como quando há um grande momento de mudança na vida. A crise da meia-idade, por exemplo, muitas vezes ocorre quando perdemos um papel importante, como quando os filhos saem de casa e nossa identidade de pai ou mãe se altera de forma abrupta.
Sartre afirma que, frequentemente, tentamos fugir da nossa liberdade por meio de autodecepção. Ele chama isso de má-fé, que é o ato de negar nossa própria liberdade. Ele usa o exemplo de um garçom, cuja função é uma performance social. Ele sorri, faz charme, serve a comida, dá recomendações — ele age como se fosse um ator no palco, desempenhando seu papel.
No entanto, o garçom não está agindo em má-fé se ele se dá conta de que está fazendo uma escolha. Ele pode ser perfeitamente consciente de que está interpretando um papel social em troca de dinheiro. Mas Sartre acredita que se ele começar a acreditar que ele é esse papel, ele terá caído em má-fé. Isso é negar sua liberdade, é negar sua capacidade de mudança. O garçom começa a acreditar que ele é um garçom, como se fosse algo fixo e imutável. Esse ato de congelar sua identidade é o que Sartre chama de má-fé.
Autenticidade e a Busca por um “Eu Verdadeiro”
Sartre também critica a ideia moderna de que devemos “encontrar nossa verdadeira identidade” ou que “ser autêntico” significa descobrir um eu fixo e imutável que já está dentro de nós. Ele acredita que essa noção de autenticidade é, na verdade, outra forma de má-fé. A ideia de que existe um “eu verdadeiro” para ser encontrado é uma ilusão. O que consideramos “quem somos” não é algo dado, mas algo que criamos por meio de nossas escolhas.
Ao afirmar “eu sou assim”, muitas vezes estamos buscando escapar de nossa responsabilidade. A ideia de que nossa essência já está pronta e imutável nos isenta da responsabilidade de criar e recriar a nós mesmos. Sartre vê isso como uma forma de simplificação, uma maneira de fugir da pressão de nossa liberdade.
No entanto, a liberdade radical que Sartre propõe traz consigo uma grande responsabilidade. A vida autêntica não é aquela em que nos agarramos a um “eu” fixo, mas sim aquela em que aceitamos que estamos sempre em transformação. A autenticidade, então, não é encontrar uma identidade estática, mas aceitar o fato de que estamos sempre nos transformando, criando nosso próprio significado e propósito a cada decisão que tomamos.
A Angústia Existencial e a Necessidade de Autenticidade
Apesar da angústia que acompanha a liberdade e o reconhecimento de nossa responsabilidade, Sartre nos desafia a viver de maneira autêntica. Isso significa não sucumbir ao desejo de nos esconder ou de nos refugiar em papéis sociais predefinidos. A autenticidade, para Sartre, é viver com a plena consciência de nossa liberdade e de nossa capacidade de escolher. Não é se esconder atrás de um “eu verdadeiro” ou uma identidade fixa, mas aceitar que somos seres em constante transformação.
A vida autêntica é uma vida onde a liberdade é abraçada, onde as escolhas são feitas de maneira consciente, e onde o indivíduo assume total responsabilidade por suas ações. Embora isso seja um desafio e uma fonte constante de angústia, é, segundo Sartre, a única maneira de viver plenamente. Fugir da liberdade, ou buscar respostas fáceis, só nos levaria a uma vida de má-fé, onde nossas escolhas seriam limitadas e nossa verdadeira essência negada.
A Liberdade e a Criação de Valores: A Responsabilidade de Construir a Própria Vida
No final, Sartre nos apresenta uma visão desafiadora da condição humana: somos livres, e é essa liberdade que nos permite criar os nossos próprios valores. No entanto, essa liberdade também nos impõe uma enorme responsabilidade. Não temos um guia preestabelecido, não temos um propósito já definido. A vida não vem com um manual de instruções, e cabe a nós decidir como viver.
Sartre rejeita a ideia de que a vida tenha um propósito ou valor intrínseco dado por uma autoridade divina ou metafísica. Para ele, isso nos daria um sentido externo, como se fôssemos objetos sendo guiados por um destino predefinido. Ao contrário, ele acredita que a verdadeira liberdade humana está em ser capaz de escolher livremente nossos próprios valores e metas. A vida não é algo que devemos simplesmente aceitar, mas algo que podemos moldar ativamente.
Entretanto, isso implica uma grande pressão. Quando rejeitamos a ideia de um propósito divino ou pré-estabelecido, somos deixados sozinhos para criar e definir a nossa própria essência. Mas isso não é um fardo, ao contrário: é uma oportunidade única. Somos os criadores de nossas vidas e, ao fazer isso, precisamos estar cientes de que nossas escolhas são nossas, e que não há ninguém além de nós mesmos para nos responsabilizar por elas.
A Questão do Reconhecimento: A Relação com os Outros e o “Olhar”
Sartre também fala sobre a relação que temos com os outros e como isso impacta a nossa liberdade e identidade. Ele apresenta a ideia do “olhar” — o conceito de que, quando estamos diante dos outros, nossa percepção de nós mesmos muda. Somos forçados a ver a nós mesmos não apenas de dentro para fora, mas também da perspectiva externa, através dos olhos dos outros.
A presença do outro pode nos causar uma sensação de desconforto, pois passamos a nos perceber como objetos aos olhos do outro. Essa percepção pode gerar sentimentos de vergonha e insegurança, pois nos tornamos conscientes de que nossos comportamentos, aparência e ações estão sendo avaliados. Sartre argumenta que, ao reconhecermos que somos observados, muitas vezes nos tornamos mais autoconscientes, tentando moldar nossa identidade de acordo com o que acreditamos que os outros esperam de nós.
Esse olhar externo, no entanto, cria uma tensão. Por um lado, a liberdade de ser quem somos é uma oportunidade única, mas por outro, as expectativas e os julgamentos dos outros podem limitar nossa liberdade e nos forçar a nos comportar de uma maneira que não reflete totalmente nossa verdadeira essência.
A Angústia Existencial e a Necessidade de Autenticidade
Sartre sugere que, embora a liberdade radical traga angústia e sofrimento, ela também oferece a oportunidade de viver de forma autêntica, criando nossos próprios valores e significado. Para ele, a alternativa — viver uma vida de má-fé, onde negamos nossa liberdade e responsabilidades — é infinitamente mais terrível.
A solução para os dilemas existenciais propostos por Sartre não é uma fuga de nossa liberdade, mas uma aceitação dela. Precisamos viver com a angústia da escolha e da responsabilidade, mas também reconhecer que, ao fazer isso, estamos constantemente moldando e criando nossas próprias vidas. Esse processo contínuo de autocriação é o que torna a vida significativa.
A Angústia de Ser Livre e Responsável
Ao longo de sua filosofia, Sartre nos desafia a não fugir da angústia existencial, mas a abraçá-la como parte da experiência humana. A liberdade radical, embora angustiante, também é uma oportunidade extraordinária. Somos os criadores de nossas próprias vidas e valores, e é por meio das escolhas que fazemos que construímos nossa essência.
Sartre não dá uma receita pronta para lidar com essa angústia. A única maneira de lidar com ela é enfrentá-la de frente, reconhecendo que somos livres, mas que, com essa liberdade, vem uma responsabilidade total. Não há fuga disso, e não podemos nos esconder atrás de uma figura divina ou de uma ordem cósmica. Somos nós que devemos nos dar sentido.
Para Sartre, a vida humana é, de certa forma, um projeto que criamos continuamente. Não temos um propósito predefinido, mas é justamente isso que nos dá a chance de viver de maneira autêntica. Somos constantemente chamados a criar nosso próprio caminho, a definir nossos próprios valores e, mais importante, a nos responsabilizar por nossas escolhas. Isso é o que torna a vida tão desafiadora, mas também tão rica.
A Criação de Sentido em um Mundo Sem Sentido Pré-Estabelecido
Sartre nos coloca diante de uma verdade desconcertante: não há um sentido intrínseco à vida. Não somos definidos por uma natureza preestabelecida ou por um propósito divino. O que somos, o que fazemos, é resultado de nossas escolhas. Isso é tanto uma oportunidade quanto uma carga, pois nos tira qualquer desculpa. Se erramos, somos completamente responsáveis por isso, sem ninguém para transferir a culpa.
Esta ideia de liberdade radical e responsabilidade é central em toda a filosofia existencialista de Sartre. Ele acredita que, sem esse peso da responsabilidade, viveríamos vidas vazias e automáticas, sem um verdadeiro sentido. Mas a angústia que acompanha a consciência de nossa liberdade é inescapável. No entanto, é essa angústia que nos permite realmente viver uma vida autêntica, criando significado onde não havia nenhum antes.
Sartre critica aqueles que tentam fugir dessa liberdade. Ele acredita que muitos se refugiam em papéis sociais ou em doutrinas religiosas para escapar da pressão de ser livre. No entanto, ao fazer isso, estamos negando nossa própria humanidade, nossa capacidade de agir com autonomia e responsabilidade. Ao viver de acordo com um papel social ou um conjunto de crenças predefinidas, estamos, na verdade, cedendo ao que Sartre chama de má-fé. Essa é a negação da nossa liberdade e da nossa capacidade de criar nossos próprios valores.
O Olhar dos Outros e a Busca pela Autenticidade
Sartre também se debruça sobre a questão do olhar dos outros e o impacto que isso tem sobre nossa liberdade e identidade. Ele argumenta que nossa percepção de nós mesmos é profundamente influenciada pela maneira como os outros nos veem. Esse olhar externo nos coloca em uma posição desconfortável, pois, ao ser observados, nos tornamos conscientes de nossa própria objetificação.
Por exemplo, quando você percebe que está sendo observado, pode começar a se sentir constrangido, consciente de que seus atos estão sendo julgados. Esse processo de autoconhecimento, que Sartre descreve como o olhar, nos faz ver a nós mesmos como um objeto na perspectiva dos outros. Isso gera angústia, pois, enquanto somos seres livres, nossa identidade também é, em certa medida, definida pelo julgamento de outras pessoas.
Sartre sugere que essa consciência do olhar é uma das principais fontes de angústia, pois nos lembra da nossa vulnerabilidade e da nossa constante necessidade de ser reconhecido pelos outros. Mesmo sendo livres, dependemos, em certa medida, do reconhecimento alheio para confirmar nossa própria identidade.
A Relação com os Outros: A Tensão Entre Liberdade e Reconhecimento
Para Sartre, essa relação com os outros é fundamental para a nossa experiência de liberdade. Quando estamos sozinhos, podemos sentir que nossa liberdade é mais controlada, mas é quando estamos na presença dos outros que ela se torna mais evidente. A verdade é que, embora desejemos viver de forma autêntica e abraçar nossa liberdade, a presença dos outros nos lembra constantemente de que estamos sendo julgados.
A busca por reconhecimento, portanto, está entrelaçada com a nossa própria liberdade. Sartre aponta que essa relação é complexa, pois a necessidade de reconhecimento dos outros pode limitar nossa liberdade ao mesmo tempo em que nos define como indivíduos. Ele acredita que a verdadeira liberdade é aquela em que somos reconhecidos pelos outros como seres autênticos, mas que, para isso, devemos nos libertar das expectativas e dos julgamentos que tentam moldar nossa identidade.
A Angústia Existencial e a Oportunidade de Criar Significado
No final, Sartre propõe que a angústia existencial, embora difícil e desconfortável, é uma oportunidade única. A liberdade radical nos permite criar nossas próprias vidas e valores. Mas isso só é possível quando aceitamos a responsabilidade de nossas escolhas e enfrentamos o desconforto de nossa liberdade sem tentar nos esconder atrás de papéis sociais ou crenças predefinidas.
Sartre acredita que a verdadeira autenticidade vem da aceitação de nossa liberdade e da responsabilidade que ela implica. Viver autenticamente não é encontrar um “eu verdadeiro” ou uma identidade fixa, mas abraçar o fato de que estamos sempre nos criando e nos recriando, a cada escolha que fazemos. A vida autêntica é aquela em que não nos escondemos de nossa liberdade, mas a enfrentamos de frente, aceitando a angústia e as responsabilidades que ela nos impõe.
A solução para a crise existencial proposta por Sartre não é uma fuga da liberdade, mas uma aceitação dela. Ao fazermos isso, podemos criar um significado genuíno para nossas vidas, ao invés de viver uma existência vazia e sem propósito. A liberdade radical é o fardo e a oportunidade que todos nós temos, e é somente através dela que podemos realmente viver.
A Angústia Existencial e a Oportunidade de Criar Significado
No final, Sartre propõe que a angústia existencial, embora difícil e desconfortável, é uma oportunidade única. A liberdade radical nos permite criar nossas próprias vidas e valores. Mas isso só é possível quando aceitamos a responsabilidade de nossas escolhas e enfrentamos o desconforto de nossa liberdade sem tentar nos esconder atrás de papéis sociais ou crenças predefinidas.
Sartre acredita que a verdadeira autenticidade vem da aceitação de nossa liberdade e da responsabilidade que ela implica. Viver autenticamente não é encontrar um “eu verdadeiro” ou uma identidade fixa, mas abraçar o fato de que estamos sempre nos criando e nos recriando, a cada escolha que fazemos. A vida autêntica é aquela em que não nos escondemos de nossa liberdade, mas a enfrentamos de frente, aceitando a angústia e as responsabilidades que ela nos impõe.
A solução para a crise existencial proposta por Sartre não é uma fuga da liberdade, mas uma aceitação dela. Ao fazermos isso, podemos criar um significado genuíno para nossas vidas, ao invés de viver uma existência vazia e sem propósito. A liberdade radical é o fardo e a oportunidade que todos nós temos, e é somente através dela que podemos realmente viver.
A Criação do Eu: Sartre e a Negação do Eu Fixo
Para Sartre, a criação do “eu” é um processo contínuo e inacabado. Ao contrário de visões tradicionais de identidade, onde o “eu” é algo dado ou fixo, ele acredita que somos seres em constante evolução, moldando-nos por meio de nossas escolhas. Não existe um “eu verdadeiro” para ser encontrado, mas sim um “eu” que é constantemente criado e recriado a cada momento, por cada decisão que tomamos.
Isso nos coloca em uma posição desafiadora, mas também extraordinária: somos os arquitetos de nossa própria identidade. Não somos definidos por nossas circunstâncias ou por nossas origens, mas pelas escolhas que fazemos. Cada ação, cada decisão é uma oportunidade para afirmar quem somos e o que valorizamos. E, ao fazer isso, nos tornamos responsáveis por quem nos tornamos.
A Liberdade e a Responsabilidade: O Peso de Ser Livre
Com a liberdade radical vem a responsabilidade radical. Sartre nos desafia a viver uma vida onde reconhecemos que nossas escolhas são nossas e que, com elas, vêm as consequências. Não há como fugir disso. A vida não é algo que simplesmente acontece conosco; somos nós que a fazemos acontecer. E isso nos coloca em uma posição de total responsabilidade por nossa existência.
Mas essa responsabilidade pode ser esmagadora. Sartre não minimiza o peso que vem com a liberdade de criar nossa própria vida. Ele nos desafia a aceitar isso e, ao fazer isso, a viver uma vida genuína, livre de enganos e autojustificativas. A liberdade nos obriga a ser autênticos e a viver com a plena consciência de que estamos criando nosso próprio significado.
A Angústia Existencial como Oportunidade
Embora Sartre reconheça o desconforto da liberdade, ele também vê nela uma oportunidade única de nos libertarmos de nossas limitações e de nos tornarmos os criadores de nossas próprias vidas. A angústia existencial, em vez de ser um fardo a ser evitado, é uma parte essencial da experiência humana. Ela nos lembra constantemente de nossa liberdade e nos desafia a usar essa liberdade para criar algo significativo.
Em um mundo onde muitos tentam escapar da angústia por meio de papéis fixos ou crenças pré-determinadas, Sartre nos desafia a enfrentar a angústia de nossa liberdade e a usá-la como um combustível para a criação de uma vida autêntica. Em vez de negar nossa liberdade, devemos abraçá-la e usá-la para nos tornarmos os agentes da nossa própria existência.
Conclusão: A Liberdade Radical e o Desafio de Ser Autêntico
No cerne da filosofia de Sartre está a ideia de que somos livres, mas com essa liberdade vem uma enorme responsabilidade. Não há fuga dessa responsabilidade, e não podemos nos esconder atrás de dogmas ou papéis sociais. Somos os criadores de nossas próprias vidas e devemos aceitar a angústia que vem com essa liberdade.
A verdadeira vida autêntica é aquela que vive com total responsabilidade por nossas escolhas, onde reconhecemos nossa liberdade e a abraçamos, em vez de tentar nos esconder dela. Sartre acredita que essa liberdade radical é, embora angustiante, também uma oportunidade extraordinária de viver uma vida verdadeira, onde somos os responsáveis pelo significado que damos à nossa existência.
Assim, para Sartre, a única maneira de viver uma vida autêntica é aceitar nossa liberdade e a responsabilidade que ela traz. Fugir dessa liberdade, ou tentar encontrar um propósito externo para a nossa vida, é cair em má-fé e negar a verdadeira natureza humana.