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A Arte de Reviver o Passado.

Sua vida é escrita com uma tinta permanente. Não há como voltar para apagar o passado, ajustar seus erros, ou preencher oportunidades perdidas. Quando o momento acaba, seu destino está selado. Mas se olhar mais de perto, você percebe que a tinta nunca realmente seca em quaisquer de nossas experiências. Quanto mais você as observa, mais elas podem mudar seu significado.

Há maneiras de pensar sobre o passado além da nostalgia ou arrependimento. Um tipo de questionamento que enriquece uma experiência após o fato. Reviver o passado é permitir um contexto fresco escorrer ao longo dos anos, e preencher o quadro; para manter a memória viva, e não apenas como uma caricatura de si mesma. Para que você possa olhar, de uma maneira sóbria, uma experiência dolorosa, e chamá-la pelo seu nome.

O tempo é a força mais poderosa do universo. Ele pode transformar um gigante em alguém totalmente humano, que está apenas tentando seguir sua vida. Ou lhe dizer como você realmente se sentiu a respeito de alguém, mesmo que você não conseguisse naquele momento. Ele pode colocar seus sonhos de infância em contexto com os fardos da vida adultaou transformar um consenso universal em um modismo embaraçoso. Ele pode expor fissuras em uma relação que uma vez já pareceu perfeita. Ou manter uma amizade apenas pensando nela, mesmo se você nunca mais vê-los novamente. Ele pode transformar sua maior vergonha na fonte de seu maior poder, ou transformar um motivo de orgulho em algo mesquinho, feito pelas razões erradas, ou fazer o que parecia ser o fim do mundo parecer como uma parte natural da vida.

O passado ainda é, em sua maior parte, uma página em branco, por isso, pode que estejamos condenados a repeti-lo. Mas é ainda sim vale a pena analisá-lo, se isto puder lhe trazer mais perto da verdade. Talvez não seja tão ruim reviver o passado, e revirar-se nas memórias, para deter a simplificação do tempo, e colocar um pouco de arte de volta nele. Talvez devêssemos pensar em si a memória como uma forma de arte, em que o verdadeiro trabalho começa assim que a tinta atinge a tela. E nos lembrarmos de que uma obra de arte nunca está acabada, apenas abandonada.

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