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A Ambígua Intensidade do Contato com Os Olhos.

Tanta coisa pode ser dita numa rápida troca de olhares. Tamanha ambígua intensidade, tanto invasiva quanto vulnerável. Resplendendo escuridão, sem fundo e opaco. O olho é um buraco de fechadura, pelo qual um mundo penetra e um mundo se derrama pra fora.

E por alguns segundos, você pode espiar um cofre pelo buraco da fechadura, que contém tudo o que eles são. Mas se os olhos são as janelas da alma ou as portas da percepção, não importa: você ainda está de pé do lado de fora da casa. Contato com os olhos não é realmente contato. É sempre apenas um rápido olhar, um quase acidente, que você só pode sentir enquanto ele desliza por você.

Há tanta coisa que mantemos no quarto dos fundos. Oferecemos uma amostra de quem somos, do que pensamos que as pessoas querem que sejamos. Mas muito raramente paramos para olhar lá dentro. E deixamos nossos olhos ajustarem-se, e verem o que realmente há lá. Porque você também está espiando por trás de sua própria porta. Você colocou-se, enquanto decidia quanto do mundo iria deixar entrar. É muito fácil para os outros perceber quem é você, e continuar com a vida deles. Podem vê-lo de forma mais clara do que você jamais pode. E o seu é o único cofre você não pode ver por dentro, que você não consegue perceber num instante. Então, todos nós estamos apenas trocando olhares, tentando para dizer uns aos outros quem somos, tentando pegar um vislumbre de nós mesmos, vagando na escuridão.

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